As obras consideradas clássicas são aquelas que sobreviveram ao tempo e ainda hoje despertam interesse dentro de nós. Há trabalhos de cem, duzentos, mil anos atrás que se mantêm mais atuais do que best-sellers do ano passado. Há algo nessas histórias que dialoga diretamente com nossos egos, superegos e ids, com nossa espiritualidade, nossa sede racional por dramas e conhecimento — e esses desejos não têm idade, não seguem a cronologia linear.

Os filósofos gregos, os cronistas romanos, os tomos religiosos asiáticos, as histórias e registros da Idade Média, do Iluminismo, da Era Vitoriana, até os modernistas do século 20 habitam uma área chamada Domínio Público: setenta anos após a morte do autor suas obras recebem a alforria do direito autoral e são livres para serem acessadas por todos. Na era digital, essa possibilidade de compartilhamento não tem fronteiras. Porém, existe uma lacuna entre o direito de acesso à obra e as mãos do leitor: a tradução. Embora esses autores e suas obras estejam em domínio público, os originais estão em grego, latim, inglês, alemão, árabe, japonês, e ainda resta o obstáculo da tradução livre a ser vencido.

Assim, o projeto Literatura Livre traduz para o português, edita e compartilha essas obras em formatos digitais. Essa biblioteca que formou a consciência humana ao longo de mais de dois milênios é cuidadosamente construída por meio de recortes temáticos com vistas ao contemporâneo. Nossa missão é equilibrar o antigo e o novo, ajudar no entendimento e admiração recíprocos por meio da aproximação cultural que as histórias promovem. Se histórias são a melhor maneira que encontramos para transmitir conhecimento desde antes da escrita, por que não usar as imortais para criar e recriar os laços que nos unem como um só povo?

As traduções livres do Instituto Mojo de Comunicação Intercultural são um bem social, uma responsabilidade que observa passado e futuro de uma maneira abrangente e amiga. Neste projeto você encontrará onze obras, entre conhecidas e esquecidas, em quatorze volumes.