
Histórias do tio Karel
Sanni Metelerkamp
Clorinda Matto de Turner (1853-1909)
Clorinda Matto de Turner (1853-1909)
Clorinda Matto de Turner nasceu em Cusco, a antiga capital do Império Inca, escreveu Pássaros sem ninho em 1889, um dos mais importantes romances latino-americanos indigenistas. Ela é um dos exemplos de mulheres liberais do século 19. Formou-se na Escola Secundária Feminina Nacional do Peru, chamando a atenção pela procura de matérias extracurriculares consideradas não femininas como Biologia e Física.
Desde o início, sua carreira como jornalista e escritora foi voltada para a defesa e a luta pelos direitos dos povos andinos. Pássaros sem ninho, sua maior obra, abriu o caminho para que vozes femininas, fortes e poderosas, se estabelecessem definitivamente na literatura peruana. Clorinda Matto foi um dos maiores expoentes de uma geração de mulheres intelectuais que, antes de tudo, eram comprometidas com uma prática constante de defesa de ideias e valores voltados também ao combate à desigualdade e a injustiça social. Quando tornou-se editora da revista El Perú Ilustrado, Clorinda publicou inúmeros autores importantes, entre eles, Rubén Darío (1867-1916) e Manuel González Prada (1844-1918). Foi sob sua direção que a revista publicou um conto baseado na vida de Cristo, do escritor brasileiro Coelho Neto (1864-1934). Essa publicação levou o arcebispo de Lima a excomungá-la. Depois, o mesmo arcebispo acabaria colocando Pássaros sem ninho na lista de obras proibidas pela Igreja Católica.
Nina Rizzi
Escritora, tradutora, pesquisadora, editora e professora; promove laboratórios de escrita criativa com mulheres. É autora de Tambores pra n’zinga (Orpheu/Ed. Multifoco, 2012), A duração do deserto (Ed. Patuá, 2014), Geografia dos ossos (Douda Correria, Portugal), Quando vieres ver um banzo cor de fogo (Ed. Patuá, 2017) e Sereia no copo d’água (Edições Jabuticaba, 2019). Apresentou no Mestrado em Literatura Comparada a dissertação “Poesia-Tradução à beira do abismo: Tradução integral da obra poética de Alejandra Pizarnik” (UFC, 2018). Traduziu Susana Thénon, Enrique Serna, Óscar Hahn, Vicente Huidobro, Richard Blanco, Dorothea Tanning, Gloria Gervitz, Rosário Castellaños entre outros.
Sanni Metelerkamp
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