sinopse
The Folk Tales from Southern Nigeria (1910); Zanzibar Tales (1901); Where Animals Talk (1912)
A África é o berço da civilização e essa seleção de contos celebra sua cultura e influência, tão ricas e diversificadas quanto o próprio continente. Na África setentrional, as histórias de sultões e seres mágicos deixam entrever a influência moura; nas verdejantes florestas do Congo, sociedades de animais cuja inteligência sobrepuja à do ser humano; nas ilhas orientais, as alegorias morais das antigas civilizações tribais. Tudo faz parte do mítico caldeirão que alimenta a cultura brasileira há séculos.
Contos folclóricos africanos reúne histórias coletadas por exploradores, governantes e missionários europeus, em sua maioria contadas diretamente pelos nativos cuja língua só passou a ser escrita recentemente. São narrativas transmitidas verbalmente, de geração em geração, por, provavelmente, milhares de anos. Os contos revelam o folclore, crenças e códigos de ética africanos. Curiosamente, essa mitologia pré-colonização encontra ecos em muitas outras ao redor do mundo.
Animais falantes, por exemplo, são um recurso narrativo comum em contos populares de diversas sociedades. Esse conceito é apresentado em muitas literaturas tradicionais, como nas fábulas de Esopo, e em mitologias como a grega, a chinesa e a indiana.
Outra característica típica das lendas africanas é a repetição. Os mesmos incidentes ocorrem a diversos indivíduos, ou o mesmo indivíduo se vê preso em uma sucessão de situações similares. Uma variação na conduta do personagem impede a monotonia e revela sua fraqueza ou estupidez, artifício ou traição.
Quase todos esses contos se localizam em supostos tempos pré-históricos, quando animais e seres humanos conviviam em relações sociais na mesma comunidade. Os narradores, ao mesmo tempo em que preservam o enredo e os personagens originais, introduzem objetos conhecidos e familiares ao leitor. Essas inconsistências ilustram a crença de um povo a quem o impossível não constitui um obstáculo à fé; ao contrário, apenas aumenta o prazer da narrativa.
autor
Elphinstone Dayrell, George W. Bateman E Robert Hamill Nassau
Elphinstone Dayrell (1869-1917), George W. Bateman (1850-1940) e Robert Hamill Nassau (1835-1921), os três autores selecionados para este volume, fazem parte de um movimento em comum. São três esforços individuais para a preservação de culturas locais ameaçadas pela colonização europeia. Ironicamente, as pessoas que se dispuseram a essa preservação eram oriundas das mesmas instituições que suprimiam tais culturas — um governador britânico, um explorador a serviço da coroa inglesa e um missionário dos EUA. No entanto, há também um dualismo moral nesses esforços. Não fosse pela coleta e publicação dessas histórias, elas poderiam se perder no tempo, pois as tribos africanas as perpetuavam apenas pela tradição oral.
tradutor
Gabriel Naldi
Tradutor, revisor, publicitário e editor no Instituto Mojo de Comunicação Intercultural. Formado em publicidade e propaganda pela Universidade Metodista e com pós-graduação de Tradução pela Estácio de Sá, Gabriel Naldi possui ampla experiência em planejamento estratégico para ações digitais, em agências de propaganda, empresas e portais. Foi revisor de textos para emissoras e empresas como Petrobras, Band, TV Tribuna, TCE Pará e TCU. Desde 2013, atua como tradutor e revisor de texto, localização de websites, redação publicitária, marketing e tradução literária.